A Equipe Água Renovada foi convidada
a fazer uma pequena participação em um quadro novo do Programa Caldeirão do
Huck, que se chama “Um por todos, todos
por um” onde o programa procura
povoados ou comunidades com o propósito de ajudar todas as famílias daquele
lugar.
Neste
episódio em que participaremos, contará a história do ilustre abençoado
Ferreirinha, um professor de Educação Física, apaixonado por esportes, com um
coração enorme e cheio de vontade de ajudar o próximo.
Ele,
humildemente, vendo as crianças da comunidade do Flamengo “sem ter o que fazer”
juntou-os e formou uma escolinha de atletismo no povoado. Com muito esforço e
sem ajuda financeira alguma vem desempenhando um papel inigualável naquele
lugar, mudando a realidade daquelas famílias. São mais de 40 jovens de 4 a 18
anos, todos matriculados na escola e se tornando verdadeiros atletas. Essa
história começou a seis anos atrás e até hoje vem beneficiando os jovens e
crianças daquela localidade.
Segundo os moradores do Flamengo há quatro
anos não chovia naquela região. “Teve menino que quando ouviu o som das chuvas
e dos trovões começou a chorar desesperado, pois não sabia o que era aquilo”,
disse Ferreirinha. Há vinte dias houve uma pequena chuva ali.
As águas que utilizam são aquelas
vindas dos carros-pipa, a cada mês. “Vem do Exército”, diz dona Lucinete Silva,
36, que nos contou que quando, há 5 anos atrás, era muito pior a situação,
havia só uma cisterna pra todo o povoado, e a dona só deixava pegar, para cada
família 6 baldes, a cada dois dias, e que o sufoco era muito grande pois tinha
vez que chegavam as 3 horas da manhã, esperavam na fila e quando chegava sua
vez já não tinha mais água. Teve tempo que pegavam do chafariz, onde a água era
salobra. Até que chegou, por obra do governo, a água encanada. Mas a realidade
não mudou muito, pois a água não é própria para o consumo direto, pois contém
ferro em alto teor, o que pode causar hepatite e câncer no fígado. “Sabão não
dura muito, não faz espuma” diz João Reis, 38. “Plantei uma parreira de
maracujá, mas morreu toda, por causa da água”, continua ele. A água da cisterna
é para beber e cozinhar. A família do seu João Reis Barroso, dona Lucinete
Araújo da Silva e seus cinco filhos, sobrevivem com o Bolsa Família de R$ 320,00,
mais R$ 100,00 do Pró-Jovem que o mais velho recebe, e com o dinheiro de “uns
bicos que o João faz de vez em quando”. Foi nessa casa em que implantamos nosso
sistema.
Apesar de todo o sufoco que sofrem,
podemos observar nessas pessoas um olhar de esperança, de felicidade, um
sentimento de amor com o próximo e vontade de ajudar uns aos outros. Levamos
nosso sistema até eles, com o propósito de ajudá-los, mas verdadeiramente
podemos dizer que não houve experiência melhor, que aprendemos muito com eles,
e vamos guardar essa experiência em nosso coração pelo resto de nossas vidas.
Agradecemos desde já o convite
da produção do Caldeirão do Huck, do quadro "Um por todos, e todos por
um", por essa oportunidade, não apenas de levar nosso trabalho, mas também
de conhecer a realidade da vida dessas pessoas, e valorizar ainda mais o que
temos e conseguimos. Temos certeza de que esse novo quadro será um sucesso,
pois todo aquele que está em prol do bem comum será vitorioso.